A Aventura: Notas Sobre o Estilo de Michelangelo Antonioni
Sobre o livro:
A aventura: notas sobre o estilo de Michelangelo Antonioni evidencia os elementos que consolidaram as bases do estilo do cineasta italiano a partir de um filme-chave de sua carreira, A aventura, de 1960. Por meio da análise fílmica minuciosa, a autora explica e desfaz lugares-comuns sobre este artista fundamental para a história do cinema moderno.
Sobre a autora:
Juliana Rodrigues Pereira é assessora de comunicação e pesquisadora. Nasceu no Rio de Janeiro e, depois de morar em três regiões diferentes do País, criou raiz em Curitiba. É mestre em História pela UFPR; e bacharel em Jornalismo pela PUC-PR e em Cinema e Audiovisual pela Faculdade de Artes do Paraná.
Elogio:
Este instigante livro introduz o leitor na vida e na obra de Michelangelo Antonioni, desde os primeiros curtas até a realização de 1960, que representa a consolidação de um estilo forjado ao longo da prática cinematográfica. A aventura surpreendeu pela ruptura com convenções narrativas e formais. Para que estas possam ser apreciadas, as teorias do discurso cinematográfico, pelas quais se pautou a demonstração do caráter inovador do filme, são arroladas de forma concisa. Enfim, com base na noção de mise en scène, a autora dedica-se com apurado senso crítico à análise fílmica de momentos-chave dessa obra, evidenciando os elementos constitutivos de uma nova poética.
Mariarosaria Fabris
Orelha:
O livro de Juliana Rodrigues Pereira é uma das raras contribuições ao estudo da obra de Michelangelo Antonioni em língua portuguesa. Levando em conta aspectos formais, narrativos e temáticos, resulta de acurada pesquisa sobre o estilo desse cineasta, que é um dos pilares do cinema moderno italiano. A aventura (1960) é a porta de entrada, um enigma minuciosamente decifrado, a partir de conceitos próprios à Europa dos anos 1950-60, em particular o cinema de autor, que pode ser entendido como um sistema de recorrências e virtualidades.
Se o estilo de Antonioni inclui a imersão na vida interior, a complexidade formal, bem como o encadeamento contingencial da narrativa, isso é gestado em obras de formação, durante os anos 1940-50. Como ponto de virada, a autora efetua uma rigorosa análise de A aventura, a partir de conceitos que unem precisão descritiva e teoria cinematográfica da época. Entre as singularidades do estilo, destaca-se a desdramatização, abrangendo os planos longos, os tempos mortos e uma narrativa contingencial, que apenas expõe as situações sem resolvê-las. Por outro lado, é notável a interpretação dada ao formalismo de Antonioni. A destreza presente nas composições dos planos, sonoridades e paisagens não se limita a um artifício técnico, colocando-se como expressão visual do estado mental das personagens.
Para além de um estudo sobre A aventura e o cinema de Antonioni, o livro explicita a urdidura da análise fílmica, unindo precisão teórica e a clareza da escrita. Assim, de modo inspirado nos aventuramos entre a biografia, o contexto cinematográfico, as teorizações de Antonioni e o olhar da pesquisadora. Trajeto esse que é também pedagógico, trazendo uma instrutiva estratégia de análise, voltada a filmes e cineastas modernos.
FÁBIO UCHÔA, Professor da Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi e coordenador do GP CineArte.
Detalhes da edição:
autora: Juliana Rodrigues Pereira
editora: Edições A Quadro
coleção: Escrever o Cinema
páginas: 155
idioma: Português
comprimento: 21,00 cm
largura: 14,00 cm
acabamento: Brochura