Raul
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6% OFFSobre o quadrinho:
Rafa cresceu na Baixada Glicério, região central de São Paulo, e desde criança teve contato com o crime. Gostou do que viu nas ruas e becos do bairro, e abraçou a correria. Depois de cometer alguns assaltos e quase ser morto pela polícia, porém, resolveu correr menos riscos e ganhar mais dinheiro. Tornou-se, então, um “raul” — gíria da quebrada para se referir aos criminosos que aplicam golpes de cartão dentro das agências bancárias. Enquanto enganava clientes na fila do caixa eletrônico, aprimorando suas técnicas conforme os bancos reforçavam os mecanismos de segurança, Rafa acompanhou o surgimento de vários rappers e cantou cada novo hit internacional na frente da tevê, sem nunca perder a vontade de subir no palco. Um a um, Mc Hammer, 2Pac, Snoop Dogg e Dr. Dree estouraram nas paradas de sucesso; depois de ser preso várias vezes, casar e ter um filho, Rafa passou a cantar em rodas de samba. Então vieram as composições. Ao contrário de canções denunciando a realidade da periferia e a desigualdade social do país, tônica dos raps brasileiros até então, as letras de Rafa falavam de festas, mulheres, riqueza, sonhos, vida boa. Pegou gosto pelo microfone. Com a ajuda do amigo de um conhecido, Rafa gravou um disco. Surgiram oportunidades de se apresentar aqui e ali. E o criminoso foi pouco a pouco trocando os golpes bancários pela música. Quando já havia abandonado os cartões magnéticos, que naquele tempo ainda nem tinham chip, a estrela ascendente do rap nacional foi confrontada com alguns desafios da indústria fonográfica e do showbusiness. Então, tudo mudou. A partir de longas entrevistas com Rafa, que aqui aparece com nome fictício, Alexandre De Maio reconstrói a trajetória de um garoto humilde que escolheu viver a vida loka do crime sem jamais abandonar o sonho de ser famoso. Mas Raul não trata apenas da ascensão e queda de um artista. Ao longo da narrativa, ficamos conhecendo várias modalidades de golpes de cartão praticadas no país — um tipo de crime quase invisível — e sua evolução ao longo do tempo. Um livro-reportagem em quadrinhos como existem poucos no Brasil.
Sobre o autor:
Alexandre De Maio é uma das maiores referências do país em jornalismo em quadrinhos. Seu trabalho é pautado pela cultura hip hop e por temas sociais. Nascido em 1978, em São Paulo, teve a carreira fortemente influenciada pela cultura de rua. Em 1999, lançou a revista Rap Brasil. Além de colaborar com diversos veículos de imprensa nacionais e internacionais, De Maio é co-autor dos livros Os inimigos não mandam flores (2006) e Desterro (2013), ambos em parceria com o escritor Ferréz, e de Meninas em jogo (2014), com a jornalista Andrea Dip, reportagem em HQ vencedora do VII Concurso Tim Lopes de Jornalismo Investigativo em 2013 e finalista do Prêmio Gabriel García Márquez em 2015. Neste mesmo ano, Desterro foi traduzido e publicado na França com o título de Favela chaos. Em 2016, De Maio ilustrou Génération favela, de Marie Naudascher e Héléne Seingier, também lançado no país europeu. A reportagem em quadrinhos Raul é seu primeiro livro individual.
Detalhes da edição:
autor: Alexandre de Maio
editora: Elefante
páginas: 180
comprimento: 26,00 cm
largura: 19,00 cm
lançamento: março 2018